Dever e inclinações em Kant

Autores

  • Aguinaldo Pavão Doutor em Filosofia pela Unicamp. Prof. da Universidade Estadula de Londrina - Centro de Ciências Humanas - Departamento de Filosofia.

Resumo

A filosofia moral de Kant pode ser criticada com base na alegação de que ela, ao exigir uma austera disposição de ânimo para que se possa atender às obrigações morais, não deixa qualquer espaço para as inclinações. Certamente um dos focos dessa leitura se encontra na I seção da fundamentação em que Kant se refere ao ato caritativo de um filantropo insensível. Essa passagem parece apoiar a interpretação segundo a qual a moral em Kant requer a supressão das inclinações para que a ação tenha valor moral. Daí, aparentemente, se justificar a famosa crítica de Schiller ao rigorismo de Kant. Postas assim as coisas, poder-se-ia dizer que Kant é, em parte, responsável por essas incompreensões. Contudo, é possível defender, com base nas próprias premissas da filosofia moral kantiana, que as inclinações não retiram o valor moral de uma ação. O que a moral de Kant exige é que o fundamento de determinação das ações não sejam as inclinações. Ora, isso é diferente de se pretender a supressão das inclinações. Com efeito, essa pretensão seria contraditória com a natureza finita do homem, não sendo, de modo algum, exigida pela moral de Kant.

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Como Citar

PAVÃO, Aguinaldo. Dever e inclinações em Kant. Revista de Estudos Universitários - REU, Sorocaba, SP, v. 33, n. 2, 2013. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/reu/article/view/1486. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

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Artigos