Os artifícios da voz: Francisco de Paula Brito e a Sociedade Petalógica
DOI:
https://doi.org/10.22484/2318-5694.2016v4n8p135-149Resumo
Evitando a dicotomia entre oralidade e escrita, perseguimos na historiografia da imprensa e da literatura por indícios da “voz” ou da “palavra”, assim como sugerido por Paul Zumthor e Michel de Certeau. Para tanto investigamos como o editor pioneiro Francisco de Paula Brito (1809-1861) que desejamos caracterizar como editor a voz, transfigurando-a da polifonia cotidiana para os impressos oitocentistas, especialmente ao publicar os relatos das famosas sessões da “Sociedade Petalógica” entre 1853 e 1858. Com o artifício das petas (mentiras), os membros desta divertida sociedade visavam “contrariar os mentirosos, mentindo-lhes”, o que verdadeiramente tratava-se de uma ação política indireta. Ao analisar este exemplo sociabilidade literária, pretendemos demonstrar que as condições de edição e performance do texto são relevantes para traçar relações entre literatura e realidade cotidiana, especialmente se pensarmos nas condições pouco propícias para a disseminação do texto literário em meados do século XIX.
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