Todas as cores da escuridão

Por um Giallo tenebrista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22484/2318-5694.2020v8n18p292-321

Palavras-chave:

Cinema, Giallo, Tenebrismo, Caravaggio

Resumo

Este artigo tem como objetivo demonstrar como o cinema Giallo se utilizou da técnica tenebrista de Caravaggio em alguns de seus momentos narrativos. Para sustentar tal ponto, o texto introduz a definição de tenebrismo a partir de Arquillo-Avilés e Torres (2011), priorizando a visão da arte barroca em Weisbach (1948), bem como na análise de Schütze (2017) da obra de Caravaggio. Do mesmo modo, o artigo parte das considerações de Koven (2006) sobre o Giallo como um cinema vernacular, para pensar como algumas opções estéticas ajudaram a moldar momentos narrativos dessas obras. Por fim, o trabalho busca definir algumas coordenadas básicas a partir de excertos de variados filmes do ciclo para se pensar o que seria um Giallo tenebrista.

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Biografia do Autor

Giancarlo Couto, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, na linha de pesquisa Cultura e Tecnologias das imagens e dos imaginários, com bolsa CAPES/PROSUC. Graduado em Jornalismo pela Universidade Feevale (2016), com o Trabalho de Conclusão de Curso na área do Cinema e Análise de Discurso. Estudante de Filosofia (Licenciatura), pela Universidade Federal de Pelotas - UFPEL.

Carlos Gerbase, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Comunicação Social / Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1980), doutorado em Comunicação Social pela PUCRS (2003) e pós-doutorado em Cinema pela Universidade Paris III - Sorbonne Nouvelle (2010). Atualmente é professor titular da PUCRS, atuando no Curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual (graduação), no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPG-COM / FAMECOS), com a disciplina "Narrativas Tecnológicas" e no Programa de Pós-Graduação em Escrita Criativa da Faculdade de Letras da PUCRS (FALE). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Cinema, atuando principalmente nos seguintes temas: cinema, narrativa, literatura, tecnologia e linguagem. É roteirista e diretor cinematográfico desde 1978, tendo realizado sete longa-metragens e dez curtas. É escritor, com quatro trabalhos de ficção (dois volumes de contos e dois romances), duas obras ensaísticas na área do cinema (tecnologias digitas e direção de atores) e uma obra didática destinada ao ensino médio (introdução à realização audiovisual).

Referências

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Publicado

18-09-2020

Como Citar

COUTO, Giancarlo; GERBASE, Carlos. Todas as cores da escuridão: Por um Giallo tenebrista. Tríade: Comunicação, Cultura e Mídia, Sorocaba, SP, v. 8, n. 18, p. 292–321, 2020. DOI: 10.22484/2318-5694.2020v8n18p292-321. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/triade/article/view/3928. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS - OUTRAS PERSPECTIVAS