Antropoceno e o imaginário tecnológico contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22484/2318-5694.2022v10id5006

Palavras-chave:

antropoceno , imaginário, tecnologias digitais

Resumo

O artigo busca investigar os novos imaginários tecnológicos que respondem à proliferação dos dispositivos digitais e em rede e ao atual colapso ambiental, sintetizado na hipótese do Antropoceno. Após debater as relações entre técnica e Antropoceno, enfoca três nuances desse imaginário. Primeiramente, o imaginário apocalíptico, que mostra como irreversível as consequências da ação técnica sobre o planeta, captável em produtos culturais midiáticos; em seguida, o imaginário redentor presente na epistemologia da chamada geoengenharia, que defende a tecnologia como a chave para os problemas que a própria técnica provocou; e, por fim, o imaginário místico-tecnológico presente em movimentos revivalistas, caracterizado pela busca de uma sinergia entre o saber arcaico e o desenvolvimento tecnológico como vetor de reconexão com a natureza.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos Eduardo Souza Aguiar, Faculdade Cásper Líbero

Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, professor contratado da Escola de Comunicações e Artes da USP e professor da Fapcom. Doutor em Sociologia pela Université Sorbonne Paris Cité, mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, especialista em Ciências da Religião pela PUC-SP e graduado em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas, Filosofia e Ciências Sociais pela USP.

Referências

AGUIAR, Carlos Eduardo Souza. A sacralidade digital: religiões e religiosidades na época das redes. São Paulo: FAPESP: Annablume, 2014.

AGUIAR, Carlos Eduardo Souza. La sacralité numérique et la mystique de la technologie. Sociétés, Paris, v. 139, n. 1, p. 97, 2018.

BOURG, Dominique; HESS, Gérald. La géo-ingénierie: réduction, adaptation et scénario du désespoir. Natures Sciences Sociétés, Castanet-Tolosan, v. 18, n. 3, p. 298–304, 2010.

CASTRO, Eduardo Viveiros De; DANOWSKI, Déborah. L’arrêt de monde. In: HACHE, Émilie (org.). De l’univers clos au monde infini. Bellevaux: Éd. Dehors, 2014. p. 221–339.

DAVIS, Erik. TechGnosis: myth, magic + mysticism in the age of information. London: Serpent’s Tail, 1999.

DELANTY, Gerard; MOTA, Aurea. Governing the Anthropocene: Agency, governance, knowledge. European Journal of Social Theory, Sussex, v. 20, n. 1, p. 9–38, 2017.

DESCOLA, Philippe. Humain, trop humain. Esprit, Paris, n. 12, p. 8, Dec. 2015.

DURAND, Gilbert. Introduction à la mythodologie. In: La sortie du XXe siècle. Société Paris: CNRS, 2010. p. 15 - 192

FELINTO, Erick. A religião das máquinas: ensaios sobre o imaginário da cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2005.

GOUDIE, Andrew. The human impact on the natural environment: past, present and future. Seventh edition ed. Chichester, West Sussex [England]; Hoboken, NJ: Wiley-Blackwell, 2013.

HAMILTON, Clive. Earthmasters: the dawn of the age of climate engineering. New Haven: Yale University Press, 2013.

HEIDEGGER, Martin. A questão da técnica. Scientiæ studia, v. 5, n. 3, p. 375–398, 2007.

HUI, Yuk. On Cosmotechnics: for a renewed relation between technology and nature in the anthropocene. Techné: Research in Philosophy and Technology, Spokane v. 21, n. 2, p. 319–341, 2017.

HUI, Yuk. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

IHDE, Don. Technology and the lifeworld: from garden to earth. Bloomington: Indiana University Press, 1990.

KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. La chute du ciel. Paroles d’un chaman yanomani. Paris: Plon Pocket, 2014.

LARRÈRE, Catherine. Anthropocène : le nouveau grand récit. Esprit, Paris, n. 12, p. 46, Dec. 2015.

LEROI-GOURHAN, André. Le geste et la parole: technique et langage. Paris: Editions Albin Michel, 1964. Tome 1.

MAFFESOLI, Michel. La violence totalitaire: essai d’anthropologie politique. Paris: Presses universitaires de France, 1979.

MAFFESOLI, Michel. L’Ordre des choses: penser la postmodernité. Paris: CNRS, 2014.

MUSSO, Pierre. Le cyberespace, figure de l’utopie technologique réticulaire. Sociologie et sociétés, Montréal, v. 32, n. 2, p. 31, 2000.

NEYRAT, Frédéric. Le cinéma éco-apocalyptique: Anthropocène, cosmophagie, anthropophagie. Communications, Paris, v. 96, n. 1, p. 67, 2015.

NOBLE, David F. The religion of technology: the divinity of man and the spirit of invention. New York: Penguin Books, 1999.

SCONCE, Jeffrey. Haunted media: electronic presence from telegraphy to television. Durham, NC: Duke University Press, 2000.

SILVA, Juremir Machado Da. As tecnologias do imaginário. Porto Alegre: Sulina, 2003.

SIMONDON, Gilbert. Du mode d’existence des objets techniques. Paris: Aubier, 2012.

SIMONDON, Gilbert. Sur la technique (1953-1983). Paris: PUF, 2014.

SPENGLER, Oswald. A decadência do ocidente: esboço de uma morfologia da história universal. São Paulo: Forense Universitária, 2013.

SVOBODA, Michael. Cli-fi on the screen(s): patterns in the representations of climate change in fictional films: Cli-fi on the screen(s). Wiley Interdisciplinary Reviews: Climate Change, Hoboken, v. 7, n. 1, p. 43–64, 2016.

WEBER, Max. Sociologie de la religion: économie et société. Paris: Flammarion, 2006.

WERTHEIM, Margaret. The pearly gates of cyberspace: a history of space from Dante to the Internet. New York: W. W. Norton, 2000.

Downloads

Publicado

23-09-2022

Como Citar

AGUIAR, Carlos Eduardo Souza. Antropoceno e o imaginário tecnológico contemporâneo. Tríade: Comunicação, Cultura e Mídia, Sorocaba, SP, v. 10, n. 23, p. e022006, 2022. DOI: 10.22484/2318-5694.2022v10id5006. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/triade/article/view/5006. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS - OUTRAS PERSPECTIVAS