Da invisibilidade ao protagonismo em uma sociedade patriarcal
a produção sígnica da criança youtuber a partir da marca Maria Clara & JP
DOI:
https://doi.org/10.22484/2318-5694.2022v10id5051Palavras-chave:
comunicação e consumo, semiótica peirceana, produção de sentido, infâncias, youtuber mirimResumo
Partindo do pressuposto de que as infâncias se constituem em meio a um intenso processo de negociação de sentidos e valores e, portanto, revelam infâncias no plural, nos interessa, neste artigo, olhar para a marca Maria Clara & JP com objetivo de explorar o poder sugestivo, indicativo e representativo dos signos que se manifestam. Para isso, o artigo tem como arcabouço teórico-metodológico a articulação entre a semiótica peirceana e os estudos sobre infância, cultura e gênero, de modo a concluir que, embora haja mudanças históricas e culturais em relação às infâncias, ainda é perceptível que as expressões marcárias reforçam uma visão de mundo amparada em pressupostos das sociedades tradicionais, em que há uma marcação definida e binária de gênero e papéis sociais, expressos em signos icônicos, indiciais e simbólicos.
Downloads
Referências
ANDRADE, Marcelo; PEREZ, Clotilde. Os rituais do brincar midiatizado: uma reflexão sobre articulação de sentidos na produção e no consumo no brincar online da criança conectada. Contracampo, Niterói, v. 40, n. 3, 2021.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Culturas infantis: contribuições e reflexões. Diálogo Educacional, Curitiba, v. 14, n. 43, p. 645-667, 2014.
BELLONI, Maria Luiza. Infância, Mídias e Educação: revisitando o conceito de socialização. Perspectiva, Florianópolis, v. 25, n. 1, p. 57–82, 2007.
BUCKINGHAM, David. Crescer na era das mídias eletrônicas. São Paulo: Loyola, 2007.
BUTLER, Judith. Sex and Gender in Simone de Beauvoir’s Second Sex. Yale French Studies, n. 72, p. 35–49, 1986.
CARACIOLA, Carolina Boari. Catherine Deneuve e Louis Vuitton: a publicidade de luxo analisada sob o espectro da semiótica peirceana. Ícone, Recife, v. 18, n. 2, p. 100-114, 2020.
CORSARO, William. Sociologia da infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.
DE CERTEAU, Michel. A cultura no plural. Campinas: Papirus, 1995.
FARINA, Modesto; PEREZ, Clotilde; BASTOS, Dorinho. Psicodinâmica das cores em comunicação. 5. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.
GREIMAS, Julien. A enunciação (uma postura epistemológica). Significação – Revista Brasileira de Semiótica, n. 1, p. 09–25, 1974.
GUEDES, Brenda; CARVALHO, Bárbara Janiques. Infâncias, juventudes e debates emergentes em comunicação. São Paulo: Pimenta Cultural, 2020.
HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016.
HEYWOOD, Colin. A history of childhood: children and childhood in the west from medieval to modern times. Cambridge: Polity Press, 2001.
JAMES, Allison. Giving voice to children’s voices: practices and problems, pitfalls and potentials. American Anthropologist, v. 109, n. 2, p. 261–272, 2007.
JAMES, Allison; PROUT, Alan. Constructing and reconstructing childhood: contemporary issues in the sociological study of childhood. London: Falmer Press, 1997.
KUPER, Adam. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru: EDUSC, 2002.
NOTH, Winfried; SANTAELLA, Lucia. Introdução à semiótica. São Paulo: Paulus, 2017.
OTHON, Renata. Infância conectada: contextos, práticas e sentidos de crianças nas redes sociais online. São Paulo: Pimenta Cultural, 2021.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2017.
PEREZ, Clotilde. Mascotes: semiótica da vida imaginária. São Paulo: Cengage, 2011.
PEREZ, Clotilde. Signos da marca: expressividade e sensorialidade. 2o ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
QVORTRUP, Jens. A infância enquanto categoria estrutural. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 631–644, 2010.
SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.
SANTAELLA, Lucia. A teoria geral dos signos: semiose e autogeração. São Paulo: Ática, 1995.
SANTAELLA, Lúcia. Semiótica aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
SANTAELLA, Lúcia. Signo é mediação. In: PEREZ, Clotilde; TRINDADE, Eneus (org.). Mediações: perspectivas plurais. Barueri: Estação das Letras e Cores, 2020. p. 13-30.
SARMENTO, Manuel. As culturas da infância nas encruzilhadas da segunda modernidade. In: SARMENTO, Manuel; CERISARA, Ana Beatriz (org.). Crianças e miúdos: perspectivas sociopedagógicas da infância e educação. Porto: Asa, 2003. p. 9–34.
SARMENTO, Manuel Jacinto. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 91, p. 361–378, 2005.
SILVA, Hélio; PEREZ, Clotilde. Mascotes dos jogos olímpicos: de figuratividade passiva ao fetichismo visual, tecnológico e ambíguo da pós-modernidade. Líbero, São Paulo, v. 15, n. 30, p. 93–104, 2012.
TOMAZ, Renata. O que você vai ser antes de crescer? youtubers, infância e celebridade. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Comunicação. Rio de Janeiro, 2017.
TOMAZ, Renata. Uma janela para as crianças: a construção social do YouTube como lugar de produção de subjetividades infantis. In: Anais [...]. Joinville/SC: 41o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Tríade: Comunicação, Cultura e Mídia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A remessa de originais implica a autorização para publicação e disponibilização on-line sem o pagamento de direitos autorais.
A reprodução de artigos publicados na Tríade só é permitida com indicação da fonte. Utilização de material publicado para fins comerciais é proibida.