“Todos os relatos doem em quem lê”
narrativas quase anônimas de uma travesti marginal no Facebook
DOI:
https://doi.org/10.22484/2318-5694.2017v5n10p33%20-.48Resumo
O artigo apresenta uma reflexão sobre a construção discursiva e interacional de práticas, saberes e contextos de vida marginalizados, que ganham uma versão pública, discutível e reconhecível nos ambientes de interação das redes sociais digitais. Através dos conteúdos postados e das interações observadas na página Travesti Marginal, no Facebook, o artigo interpreta as dinâmicas e as conjunturas de significados ali estabelecidos, pensando a forma como a intimidade, a marginalidade e a subalternidade dos contextos de vida das prostitutas travestis assumem uma dimensão pública nas dinâmicas dos compartilhamentos. As interações consolidam-se como um espaço de discussão e resistência frente às formas de opressão e violência a que as travestis são submetidas. A pesquisa aponta para as redes de apoio e solidariedade e para as formas de subjetivação que se estabelecem nessas interações, mobilizadas pelas violências e pelo sofrimento que caracterizam a maioria das postagens. Além disso, faz-se uma reflexão sobre como a experiência pessoal das travestis autoriza essa produção discursiva, calcada na noção de experiência como ato cognitivo, ao mesmo tempo em que interdita a articulação de outras temáticas.
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