O uso do WhatsApp nas eleições de 2018 e as lacunas teóricas da Justiça Eleitoral

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22484/2318-5694.2020v8n18p173-197

Resumo

O uso dos disparos massivos de mensagens pelo WhatsaApp nas últimas eleições presidenciais passou a ser objeto de olhares mais críticos a partir de uma reportagem publicada na Folha de S. Paulo em outubro de 2018. Com as denúncias veiculadas jornalisticamente, várias ações judiciais foram protocolizadas junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que firmou, na época, o entendimento de que se tratava de comunicação espontânea do eleitorado – o que inviabilizou, naquele momento, o aprofundamento das investigações. Partindo desse objeto, a proposta deste artigo é analisar tanto as posições adotadas pelo TSE como o respaldo legal que as embasa através das lentes dos conceitos da (Crítica da) Economia Política da Comunicação. Fundamentando-se, primordialmente, no aparato teórico tecido por Bolaño e por Smythe, é possível caracterizar e identificar a circulação de mercadoria audiência nas eleições de 2018, desconstituindo-se a posição do TSE através da identificação dessa falha teórica.

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Biografia do Autor

Manoel Dourado Bastos, Universidade Estadual de Londrina

Professor Adjunto de Comunicação, Cultura e Sociedade na Universidade Estadual de Londrina. Doutor em História e Sociedade pela Unesp (Assis) - com bolsa da Fapesp. Possui graduação em Comunicação, com habilitação em Jornalismo pela Universidade de Brasília (2001) e mestrado em Comunicação e Cultura Contemporânea (na linha Estudos da Imagem e do Som) pela mesma Universidade de Brasília (2004). Concluiu em 2010 um pós-doutorado em História Social do Trabalho pela Universidade Federal de Santa Catarina. Coordena o Laboratório CUBO - Comunicação e Crise do Capitalismo, na Universidade Estadual de Londrina. Atualmente, é diretor científico da União Latina da Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura - Brasil (Ulepicc-BR). É membro da editoria da Revista Eptic. Coordena o Grupo de Pesquisa de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura da Intercom. Tem experiência na área de docência no ensino superior e pesquisa acadêmica, atuando principalmente nos seguintes temas: economia política da informação, comunicação e cultura; comunicação e crise do capital; indústria cultural e experiência brasileira.

Gabriela Fernandes Silva, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de Jornalismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Estudante de iniciação científica.

Referências

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Publicado

18-09-2020

Como Citar

ALONSO PANHO, Isabella; DOURADO BASTOS, Manoel; FERNANDES SILVA, Gabriela. O uso do WhatsApp nas eleições de 2018 e as lacunas teóricas da Justiça Eleitoral. Tríade: Comunicação, Cultura e Mídia, Sorocaba, SP, v. 8, n. 18, p. 173–197, 2020. DOI: 10.22484/2318-5694.2020v8n18p173-197. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/triade/article/view/3866. Acesso em: 21 dez. 2024.