Das matrizes documentais à memória no futuro
DOI:
https://doi.org/10.22484/2318-5694.2020v8n19p56-80Resumo
Este estudo é parte final de minha pesquisa sobre a trajetória dos diários confessionais e autorretratos desde o período do Renascimento até documentários autobiográficos e biopics atuais, e também reflete a pesquisa de meu pós-doutorado sobre éticas e estéticas em imagens das ditaduras. Esta parte do estudo desenvolve dois conceitos: o da imagem-memória e o da imagem-homenagem. O objetivo central é sugerir que documentários poderão ser, no futuro, a memória do passado. O corpus é formado pelo biopic David Lynch, A Vida de um Artista (2016) e pelo autobiográfico Dor e Gloria (2019). A metodologia é baseada no método histórico-dialético de Gadamer. O referencial teórico inclui conceitos de memória de Halbwachs, Sarlo, Le Goff, Ricoeur, Pollak e Nora, além do conceito de desconstrução de Derrida, dos estudos de Arlindo Machado, Nichols e Penafria sobre documentário e subjetividade, e de Bellour e Lebow sobre o eu ficcional/documental.
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