Fotografar para esconder
a trajetória divergente de um fotojornalista chinês
DOI:
https://doi.org/10.22484/2318-5694.2022v10id5137Palavras-chave:
fotografia, história, imagens sitiadasResumo
A fotografia tanto revela quanto oculta. Porém, quando uma imagem é criada, presume-se que é para dar algo a ver. No caso de Li Zhensheng, fotojornalista chinês que documentou os dois lados da Revolução Cultural Proletária (1966-1976), era imperativo esconder os negativos interditos da vigilância oficial. Imagens sitiadas, que já nascem proibidas e precisam se manter nas sombras até o dia em que seja possível alcançar a luz. Foram necessárias quatro décadas de espera para que Red-color news soldier revelasse ao mundo uma verdade que até hoje os chineses são proibidos de ver. A partir da premissa de que a imagem é reserva de futuro e com base na articulação teórica de Hannah Arendt em Entre o passado e o futuro; esse artigo se propõe a refletir sobre que porvir é possível sem as guias do passado? Enquanto sustenta uma política de esquecimento, a China persiste em negar aos seus cidadãos sua preciosa herança.
Downloads
Referências
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2011.
BADIOU, Alain. A hipótese comunista. São Paulo: Boitempo, 2012.
BARTHES, Roland. E então, a China? Anuário de Literatura, São Paulo, n. 2, p. 161-168, 1994. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/download/5339/4681/16705. Acesso em: 03 fev. 2022.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 2012. (Obras Escolhidas, v. 1).
BRANDINI, Laura Taddei. Autoridade e alteridade na China de Roland Barthes. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 8, n. 4, p. 70-85 (port.) / p. 69-83 (eng.), dez. 2019. Disponível em: http://revistas.ufcg.edu.br/ch/index.php/RLR/article/view/1611. Acesso em: 03 fev. 2022.
BRANDINI, Laura Taddei. Roland Barthes e o ensaio enquanto ficção da China. Remate de Males, Campinas, v. 37, n. 2, p. 745-761, jul./dez. 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8648701. Acesso em: 03 fev. 2022.
CHANG, Jung; HALLIDAY, Jon. Mao: a história desconhecida. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
CHU, Xiaoquan. Alain Badiou and the multiple meanings of the “Cultural Revolution”. China Perspectives, Paris, p. 85-88, 2016. Disponível em: http://journals.openedition.org/chinaperspectives/7142. Acesso em: 27 nov. 2021.
HARAZIM, Dorrit; ZHENSHENG, Li. O guardião da história. Revista Zum, São Paulo, v. 4, set. 2013. Disponível em: https://revistazum.com.br/revista-zum-4/o-guardiao-da-historia/. Acesso em: 20 set. 2022.
JUNG CHANG: site oficial do autor best-seller internacional. Disponível em: http://www.jungchang.net/. Acesso em: 17 mar. 2022.
LISSOVSKY, Maurício. Pausas do destino. Rio de Janeiro: Mauad X, 2014.
LISSOVSKY, Maurício. Dez proposições acerca do futuro da fotografia e dos fotógrafos do futuro. Revista FACOM, São Paulo, n. 23, p. 4-15, 2011.
LISSOVSKY, Maurício. Quando a fotografia se diz-dobra. A propósito dos perceptos de Valéria Costa Pinto. Revista Significação, São Paulo, v. 36, n. 31, p. 43-61, 2009.
PLEDGE, Robert. Prefácio. In.: ZHENSHENG, Li. Soldado rojo de las noticias. London: Phaidon Press Limited, 2003. p. 7-8
POLLACK, Rachel. La Chine en rose? Tel Quel face à la Révolution culturelle. Complément au numéro 8 de la revue papier: les maoïsmes français. Dissidences, Paris, v. 1, 2011. Disponível em: http://preo.u-bourgogne.fr/dissidences/index.php?id=83. Acesso em: 02 fev. 2022.
SHORT, Philip. Mao: a life. London: Henry Holt and Co., 2000.
TSÉ-TUNG, Mao. O livro vermelho: citações do comandante Mao Tsé-Tung. São Paulo: Martin Claret, 2002.
ZHENSHENG, Li. Soldado rojo de las noticias. London: Phaidon Press, 2003.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Tríade: Comunicação, Cultura e Mídia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A remessa de originais implica a autorização para publicação e disponibilização on-line sem o pagamento de direitos autorais.
A reprodução de artigos publicados na Tríade só é permitida com indicação da fonte. Utilização de material publicado para fins comerciais é proibida.