Apontamentos sobre as leituras possíveis da cidade
do cotidiano às estruturas, das estruturas aos corpos espacializados
Resumo
Neste texto discutimos algumas das possibilidades de abordagem teórica e metodológica do fenômeno urbano. Partimos da articulação do pensamento de alguns autores (LEFEBVRE, 1993, 1999, 2001a, 2001b, 2008; HARVEY, 1981, 2003, 2015; et al.) que se dedicaram ao estudo da cidade, tendo como problemática central as formas possíveis de enxergá-la: como e de onde olhá-la. Apresentamos, na primeira parte, visões que partem da cotidianidade urbana e acabam por revelar regularidades e universalidades. Na segunda parte, trazemos para o debate, principalmente, o pensamento da escola francesa de sociologia urbana, que trata o fenômeno urbano como uma realidade estruturada e estruturante pelo modo de produção capitalista. Por fim, propomos uma perspectiva que pense a cidade a partir do estudo de uma cotidianidade contextualizada, em que os corpos, subjetividades e sujeitos espacializados sejam o objeto privilegiado, capaz de revelar a densidade das contradições sociais.
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Referências
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