A fé que empreende, o discurso que empodera

reflexões sobre as narrativas de lideranças femininas da Igreja Universal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22484/2177-5788.2021v47n2p255-271

Palavras-chave:

Igreja Universal., Empoderamento feminino, Gênero e religião

Resumo

A proposta deste artigo consiste em discutir as formas de discursivização da posição das mulheres na Igreja Universal do Reino de Deus, tomando como base um conjunto de documentos da instituição, especialmente a literatura em que as lideranças femininas assinam como autoras. Nesse sentido, buscamos analisar as controvérsias acerca da imagem da mulher iurdiana, muitas vezes associa à ideia de um sujeito acrítico e dominado, desconsiderando as formas modalizadas de empoderamento que emergem nos espaços da Igreja. A presente discussão indica que, para além das relações tradicionais de poder que se fundam a partir de uma oposição binário-generificada entre homens e mulheres na IURD, existe um claro e peculiar processo de empoderamento dentro da Igreja, como referência para a identidade e o papel das mulheres que dela participam.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BEZERRA, Ester. A dama da fé: os segredos da mulher que transformou a vida de Edir Macedo. São Paulo: Planeta, 2016.

BITTENCOURT FILHO, José. Remédio amargo. In: ANTONlAZZI, A. et al. [org.]. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 224-233.

BRONSZTEIN PATRIOTA, Karla. Nação dos 318: a religião do consumo na Igreja Universal do Reino de Deus. Comunicação, Mídia e Consumo, São Paulo, v. 11, n. 30, p. 125-142, jan./abr. 2014.

BRONSZTEIN PATRIOTA, Karla; RODRIGUES, Emanuelle. O Ethos da Mulher V: consumo e construção da identidade feminina na Igreja Universal. Lumina, Juiz de Fora, v. 10, n. 1, p. 01-19, abr. 2016.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 7. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

CAMPOS, Roberta; SOUZA, Alana. Godllywood de Cristiane Cardoso: uma etnografia do “transreligioso”. Revista de Antropologia FFLCH/USP, São Paulo, v. 60, n. 2, p. 487-512, 2017.

CARDOSO, Cristiane. A Mulher V: moderna, à moda antiga. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2013.

CARDOSO, Cristiane. Melhor do que comprar sapatos. Rio de Janeiro: Unipro, 2007.

CARDOSO, Renato; CARDOSO, Cristiane. Bíblia casamento blindado: com introduções, devocionais, ferramentas e dicas de Renato e Cristiane Cardoso. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2012.

CARDOSO, Rodrigo. A força das pastoras. Istoé, São Paulo, 20 set. 2013. Disponível em: https://istoe.com.br/325432_A+FORCA+DAS+PASTORAS/. Acesso em: 06 jul. 2018.

CASAQUI, Vander. Abordagem crítica da cultura da inspiração: produção de narrativas e o ideário da sociedade empreendedora. E-compós, Brasília, v. 20, n. 2, p. 01-18, maio/ago. 2017.

EHRENBERG, Alain. O culto da performance: da aventura empreendedora à depressão nervosa. São Paulo: Ideias & Letras, 2010.

HAGIN, Kenneth E. Compreendendo a unção. Rio de Janeiro: Graça, 1983.

HERRIGER, Norbert. Grundlagentext empowerment. Düsseldorf/Alemanha: Sozialnet GMBH, 07 de julho de 2006. Disponível em: http://www.empowerment.de/grundlagentext.html#oben. Acesso em: 07 jul. 2018

ILLOUZ, Eva. O amor nos tempos do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

KLEBA, Maria; WENDAUSEN, Agueda. Empoderamento: processo de fortalecimento dos sujeitos nos espaços de participação social e democratização política. Saúde Soc., São Paulo, v. 18, n. 4, p. 733-743, 2009.

LYOTARD, Jean-François. O pós-moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.

LOURO, Guacira L. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. p. 7-34.

MAINGUENEAU, Dominique. Ethos, cenografia, incorporação. In: AMOSSY, Ruth. [org.]. Imagens de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Contexto, 2011. p. 69-91.

MARIANO, Ricardo. Neopentecostalismo: os pentecostais estão mudando. 1995. 251p. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia, FFLCH-USP, São Paulo, 1995.

MARIANO, Ricardo. Expansão pentecostal no Brasil: o caso da Igreja Universal. Estudos Avançados, São Paulo, v. 18 n. 52, p. 1-18, 2004.

MARÍN-DIAZ, Dora L. Autoajuda, educação e práticas de si: genealogia de uma antropotécnica. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

MACEDO, Edir. Fé racional. Rio de Janeiro: Unipro, 2010.

MENDONÇA, Antonio Gouveia. Evangélicos e pentecostais: um campo religioso em ebulição. In: TEIXEIRA, Faustino e MENEZES, Renata (orgs.). As religiões no Brasil: continuidades e rupturas. Petrópolis: Vozes, 2006.

MESQUITA, Wania Amélia Belchior. Um pé no reino e outro no mundo: consumo e lazer entre pentecostais. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 13, n. 28, p. 117-144, jul./dez. 2007.

PARKER, Cristián. Una alternativa al paradigma modernizante. In: OTRA lógica en América Latina. Religión popular y modernización capitalista. México: Fondo de Cultura Económica, 1993. p. 351-385.

PATRIOTA, Karla. O show da fé: a religião na sociedade do espetáculo. 2008. Tese (Doutorado em Sociologia) - Programa de Pós-graduação em Sociologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008.

PROVÉRBIOS. In: BÍBLIA. Bíblia Sagrada. Edição pastoral. São Paulo: Paulus, 1990.

RODRIGUES, Emanuelle. Pedagogias de um “amor inteligente”: Empreendedorismo e racionalização dos afetos na Escola do Amor da Igreja Universal do Reino de Deus. 2015. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015.

SIEPIERSKI, Paulo. Pós-pentecostalismo e política no Brasil. Estudos Teológicos, São Leopoldo, v. 37, n. 1, p. 47-61, 1997.

SILVA, Carmem; MARTÍNEZ, María Loreto. Empoderamiento: proceso, nivel y contexto. Psykhe, Santiago, v. 13, n. 1, p. 29-39, maio 2004. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=96713203. Acesso em: 06 jul.2018.

TEIXEIRA, Jacqueline. A conduta universal: O governo de si e as políticas de gênero na Igreja Universal. 2018. 172p. Tese (Doutorado em Antropologia) - Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

Downloads

Publicado

17-12-2021

Como Citar

PATRIOTA, Karla; RODRIGUES, Emanuelle. A fé que empreende, o discurso que empodera : reflexões sobre as narrativas de lideranças femininas da Igreja Universal. Revista de Estudos Universitários - REU, Sorocaba, SP, v. 47, n. 2, p. 255–271, 2021. DOI: 10.22484/2177-5788.2021v47n2p255-271. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/reu/article/view/4831. Acesso em: 5 nov. 2024.