Redes de economia solidária
estratégias para a captação de recursos
DOI:
https://doi.org/10.22484/2177-5788.2020v46n2p469-495Palavras-chave:
Política pública, Economia solidária, Saúde mentalResumo
A política brasileira de Saúde Mental tem como um de seus objetivos promover, por meio do trabalho, a inclusão social de pessoas com transtorno mental. A Economia Solidária, em paralelo, é uma proposta de organização do trabalho pautada na solidariedade, autogestão e preocupação com o ser humano. Em confluência, empreendimentos e redes vinculadas à Saúde Mental vêm sendo erigidos, com base nesses ideais. Este artigo descreve estratégias desenvolvidas por uma destas redes, tendo como recorte a captação de recursos. A pesquisa qualitativa foi estruturada pelo método da pesquisa-ação, sistematizando informações de ações da rede por meio do diário de campo. Como resultados, são apresentadas estratégias para captação de recursos, humanos e financeiros, ressaltando potências próprias às Redes de Economia Solidária.
Downloads
Referências
ALCÂNTARA, Fernanda H. C. Rede de Economia Solidária: estrutura do modelo organizacional e sua relação com as instituições sociais. In: HECKERT, Sonia Maria R. Cooperativismo popular: reflexões e perspectivas. Juiz de Fora: UFJF, 2003. p. 177 – 198.
ALVES, Maria Odete; BURSZTYN, Marcel. Raízes e prática de economia solidária: articulando economia plural e dádiva numa experiência do Ceará. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 40, n. 3, 2009, p. 587–603.
ALVES, Jean C. M.; MEIRELES, Maria Eugênia E. F. Gestão de resíduos: as possibilidades de construção de uma rede solidária entre associações de catadores de materiais recicláveis. Sistemas & Gestão, Ouro Preto, v. 8, 2013, p. 56–66.
AMARANTE, Paulo; NUNES, Mônica de O. A reforma psiquiátrica no SUS e a luta por uma sociedade sem manicômios. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, 2018, p. 2067–2074.
ANDRADE, Marcia C. [et al.]. Loucura e trabalho no encontro entre saúde mental e economia solidária. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 33, n. 1, 2013, p. 174–191.
AZEVEDO, Thaís; DIMENSTEIN, Magda. O Acompanhamento Terapêutico no cuidado em Saúde Mental. Estudos e pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, 2008, p. 658–671.
BAPTISTA, Tatiana W. Dde F. [et al.]. As emendas parlamentares no orçamento federal da saúde. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 12, 2012, p. 2267-2279.
BARRETO, Raquel de O.; LOPES, Fernanda T.; PAULA, Ana P. P. de. A economia solidária na inclusão social de usuários de álcool e outras drogas: reflexões a partir da análise de experiências em Minas Gerais e São Paulo. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, São Paulo, v. 16, n. 1, 2014, p. 41.
BRASIL. Saúde Mental e Economia Solidária: inclusão social pelo trabalho. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005.Disponível em: http://www.ee.usp.br/departamento/nucleo/CComs/doc/Sm%20e%20economia%20solid%E1ria.pdf.Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. Portaria no 3.088, de 23 de dezembro de 2011, 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html. Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. Portaria no 132, de 26 de janeiro de 2012. Brasil, 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0132_26_01_2012.html. Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. Portaria de Consolidação n° 3, de 03 de outubro de 2017. Brasil, 2017a. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0003_03_10_2017.html. Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. Projeto de Lei da Câmara n° 137, de 2017, 2017b. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/131528. Acesso em: 29 jun. 2020.
CAMPOS, Ioneide de O. [et al.]. Saúde Mental e Economia Solidária: a experiência de usuários e trabalhadores de um CAPS II. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 23, n. 2, 2015, p. 411–415.
COSTA, Bianca A. L. Economia solidária e o papel das incubadoras tecnológicas de cooperativas populares no Brasil: a experiência de extensão universitária da ITCP-UFV. Revista ELO – Diálogos em Extensão, Viçosa, v. 2, n. 2, 2013, p. 17–34.
CURITIBA. Lei no 14.786 de 23 de fevereiro de 2016.Brasil, 2016. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a/pr/c/curitiba/lei-ordinaria/2016/1478/14786/lei-ordinaria-n-14786-2016-institui-a-politica-municipal-de-fomento-a-economia-popular-solidaria-e-cria-o-conselho-municipal-de-economia-popular-solidaria. Acesso em: 29 jun. 2020.
DAL MAGRO, Márcia L. P.; COUTINHO, Maria C. Os sentidos do trabalho para sujeitos inseridos em empreendimentos solidários.Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13, n. 4, 2008, p. 703–711.
DIONNE, Hugues; THIOLLENT, Michel. A pesquisa-ação para o desenvolvimento local. Brasília: Liber Livro, 2007. v. 16.
FERRO, Luís F. Grupo de convivência em saúde mental: intersetorialidade e trabalho em rede. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, v. 23, n. 3, 2015, p. 485–498.
FERRO, Luís. F. [et al.]. Acompanhamento terapêutico em saúde mental: estrutura, possibilidades e desafios para a prática no SUS. Revista da Abordagem Gestáltica, Goiânia, v. 24, n. 1, 2018, p. 66–74.
FERRO, Luís F.; CARDOSO, Monica de M.; LOUREIRO, Morgana B. Economia Solidária, Saúde Mental e a prática do terapeuta ocupacional: relatos de participantes de um grupo de geração de trabalho e renda. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 23, n. 1, 2015, p. 101–16.
FRANÇA FILHO, Genauto C. de; CUNHA, Eduardo V. da. Incubação de redes locais de economia solidária: lições e aprendizados a partir da experiência do projeto Eco-Luzia e da metodologia da ITES/UFBA. Organizações & Sociedade, Salvador, v. 16, n. 51, 2014, p. 725–747.
GADOTTI, Moacir. Economia solidária como práxis pedagógica. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009.
GLEIZER, Marcos A. Espinosa e a afetividade humana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
LIBERSOL. Site da Rede de Saúde Mental e Economia Solidária de Curitiba e Região Metropolitana. Disponível em: www.libersol.org.Acesso em: 29 jun. 2020.
LIMA, José R. O. Economia Popular e Solidária e desenvolvimento local: relação protagonizada pela organicidade das iniciativas. Otra Economia - Revista latinoamericana de Economia Social y Solidaria, Montevidéo,v. 10, n. 18, 2016, p. 3–17.
MACEDO, João Paulo et al. A regionalização da saúde mental e os novos desafios da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Saude e Sociedade, São Paulo, v. 26, n. 2, 2017, p. 155–70.
MARTINS, Leila A. S.; OLIANI, Fabiana da S.; RIFFEL, Cristiane M. Tecendo redes de solidariedade - uma aposta de fortalecimento da economia solidária na região da Foz do Rio Itajaí/SC. Florianópolis: Insular, 2017.
PARANÁ. Lei 19.784, de 20 de Dezembro de 2018.Brasil, 2018. Disponível em: <http://leisestaduais.com.br/pr/lei-ordinaria-n-19784-2018-parana-dispoe-sobre-a-politica-estadual-de-economia-solidaria>.Acesso em: 29 jun. 2020.
PEREIRA, Carlos; MUELLER, Bernardo. Comportamento estratégico em presidencialismo de coalizão: As relações entre executivo e legislativo na elaboração do orçamento Brasileiro. Dados, Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582002000200004&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 29 jun. 2020.
PINHO, Kátia L. R. [et al.]. Relatos de experiências em inclusão social pelo trabalho na saúde. São Carlos: Compacta: Gráfica e Editora, 2014.
QUINDERÉ, Paulo H. D.; JORGE, Maria Salete B.; FRANCO, Túlio B. Rede de Atenção Psicossocial: qual o lugar da saúde mental? Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, 2014, p. 253–271.
RUFINO, Sandra. Redes de Cooperação Solidárias na contribuição do desenvolvimento local: A Economia Solidária em questão. XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003. Anais.... Ouro Preto, 2002. Disponível em: http://base.socioeco.org/docs/enegep2003_tr0706_0590.pdf. Acesso em: 29 jun. 2020.
SANTIAGO, Eneida; YASUI, Sílvio. Saúde Mental e Economia Solidária: cartografias do seu discurso político. Psicologia & Sociedade, Recife, v. 27, n. 3, 2015, p. 700–11.
SANTOS, Sadora C. dos [et al.]. Cooperativismo e Associativismo Social: trabalho coletivo que transforma vidas. São Paulo: Instituto Integra para o Desenvolvimento, 2017.
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS. Lei no 1.591, de 19 de agosto de 2010.Brasil, 2010. Disponível em: <http://www.sjp.pr.gov.br/wp-content/uploads/2014/02/Lei-1591-2010-Institui-a-Economia-Solidária.pdf>.Acesso em: 29 jun. 2020.
SCARCELLI, Ianni. O movimento antimanicomial ea rede substitutiva em saúde mental: a experiência do município de São Paulo 1989-1992. 1998. 149 f.Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 1998.
SCHIOCHET, Valmor. Institucionalização das políticas públicas de economia solidária: breve trajetória e desafios. Mercado de Trabalho, Brasília, v. 40, 2009, p. 55–59.
SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.
SINGER, Paul. Políticas públicas da secretaria nacional de economia solidária do ministério do trabalho e emprego. Economia Solidária e políticas públicas, Goiânia, v. 39, 2009, p. 43–8.
TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, 2005, p. 443–466.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A responsabilidade sobre o conteúdo das publicações são total e exclusiva dos autores, que mantêm os direitos autorais e atribuem o direito de primeira publicação para a REU - Revista de Estudos Universitários. Ao submeter o artigo, o(s) autor(es) garante(m) que ele não contém nenhuma violação de quaisquer direitos autorias.