O SERTÃO AMAZÔNICO COMO UM DESERTO

Abstract

O artigo resulta de uma investigação de doutorado que estudou processos implicados na nacionalização da Amazônia brasileira, no período inicial da República. Defende-se a tese de que estavam em articulação processos culturais que buscaram nacionalizar o território amazônico concebendo-o como “abandonado” e “desértico”. Modos de narrar a floresta no início do século XX promoveram uma descontinuidade com formas encontradas nas literaturas de viagem do século XIX. O estudo mergulhou nos materiais produzidos pela viagem oficial de Euclides da Cunha à floresta, em 1905, como Chefe de uma Comissão que delimitaria as fronteiras amazônicas do Brasil com o Peru e a Bolívia.