Rio Sorocaba
de recurso natural a "ceifador de vidas"
DOI:
https://doi.org/10.22484/2177-5788.2025v51id5822Palavras-chave:
rio Sorocaba, violência, mídiaResumo
O artigo analisa como o rio Sorocaba, historicamente considerado um recurso natural essencial para o desenvolvimento urbano e econômico da cidade, passou a ser visto como “ceifador de vidas” devido à recorrência de enchentes e tragédias associadas ao seu transbordamento. O objetivo é compreender de que forma a construção simbólica e midiática da chamada “violência da natureza” contribui para a culpabilização do rio e a ocultação das causas estruturais dos desastres, como a ocupação irregular do solo e a impermeabilização das margens. O método adotado consiste na análise documental e histórica de reportagens do jornal Cruzeiro do Sul sobre as grandes enchentes de 1929, 1983 e 2024, e reflexões teóricas acerca da personificação da natureza e da estetização da violência nos meios de comunicação. O estudo conclui que a mídia, ao transformar o sofrimento em espetáculo e ao atribuir à natureza a responsabilidade pelas tragédias, reforça narrativas simplistas e desvia o foco das ações humanas e do poder público, o que perpetua a lógica da culpabilização do rio. Salienta-se a necessidade de refletir sobre essas narrativas, reconhecendo o papel dos meios de comunicação na formação do imaginário coletivo e na naturalização de desigualdades, de modo a promover políticas públicas e ambientais mais justas e eficazes, assim como uma convivência mais harmônica entre cidade, natureza e sociedade.
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