Vidas secas em retalhos
uma prática literária em sala de aula
DOI:
https://doi.org/10.22483/2177-5796.2020v22n2p547-568Palavras-chave:
Literatura, Práticas pedagógicas, Cotidiano escolar.Resumo
Quando expostos à leitura de uma obra literária, somos convidados a pensar e expressar opiniões, experimentar vivências, ampliar argumentos, olhares, horizontes, convocados enfim a refletir sobre as inquietações que o texto literário pode provocar a partir de sua riqueza de significados. O presente artigo pretende relatar dados parciais de uma pesquisa ensino, realizada com a literatura para jovens advindos de um contexto contemporâneo de imediatismos e leituras rápidas. A pesquisa ensino teve como objetivos específicos: identificar o perfil dos alunos, desenvolver intervenções pedagógicas para a leitura do livro, e analisar os resultados dessas intervenções. Como procedimento básico, foi realizado uma etapa de observação e levantamentos de dados, outra etapa de intervenções com diferentes linguagens, e finalizou com um fórum de debate sobre o livro. A pesquisa foi realizada numa escola pública em uma cidade do estado de Estado de São Paulo, e os resultados dessa experiência indicaram que todos os alunos envolvidos leram o livro e aumentaram a retirada de outros livros da biblioteca, também foi observado um envolvimento coletivo no projeto de leitura, e relatos dos alunos que relacionaram partes do livro com a própria vida. A compreensão do livro Vidas Secas, em “retalhos”, incorporou entrevistas, documentários, fotos, filme, e principalmente o diálogo constante que possibilitou atingir os alunos e seus interesses pela leitura específica e pela literatura em geral.
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