Educação e política

uma análise dialética da educação em tempos de “neutralidade” política

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22483/2177-5796.2020v22n3p873-891

Palavras-chave:

Política, Dialética, Educação

Resumo

Uma das discussões de maior visibilidade no momento atual na educação brasileira é a proposta de separação, ou defesa da “neutralidade” na relação entre educação e política, levada adiante pelo movimento Escola Sem Partido. Esse artigo se insere nessa discussão com o objetivo principal de problematizar as contradições inerentes a esse debate. Para tanto, utilizamos como metodologia de análise os princípios do materialismo histórico dialético, que nos permitirá explicitar que educação e política como entes separados mostra-se como algo impossível. A educação escolar é política em sua essência, ao ser o espaço de introjeção de normas, conhecimentos e, no modo de produção vigente, é um espaço de lutas. Com isso, vemos que a defesa de uma escola “apolítica” é de interesse de uma política que busca a domesticação de um povo, que, mais do que conseguir criar uma lei específica sobre esse tema, busca inibir qualquer foco de resistência que possa surgir num espaço como a escola.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Mendes da Rocha Junior, Secretária de Estado da Educação - PR

Mestre em Educação pela UNICENTRO-PR. Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná. 

Adair Ângelo Dalarosa, UNICENTRO

Doutor em Educação. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNICENTRO-PR.

Referências

BOITO JUNIOR, A. Os atores e o enredo da crise política. In: JINKINGS, I.; DORIA, K.; CLETO, M. (org.). Por que gritamos golpe?: para entender o impeachment e a crise política ano Brasil. São Paulo: Boitempo, 2016. p. 23-30.

BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BRASIL. Projeto de lei nº 867, de 23 de março de 2015. Brasília: Câmara dos Deputados, 2015 - Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1050668. Acesso em: 25 abr. 2019.

BRASIL. Projeto de lei nº 246, de 04 de fevereiro de 2019. Brasília: Câmara dos Deputados, 2019. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2190752. Acesso em: 25 abr. 2019.

BRUNS, Barbara; LUQUE, Javier. Professores excelentes: como melhorar a aprendizagem dos estudantes na América Latina e no Caribe. Washington: Grupo Banco Mundial, 2014. Disponível em: http://www.worldbank.org/content/dam/Worldbank/Highlights%20&%20Features/lac/LC5/Portuguese-excellent-teachers-report.pdf. Acesso em: 3 maio 2016.

CURY, C. R. J. Educação e contradição: elementos metodológicos para uma teoria crítica do fenômeno educativo. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

DURKHEIM. E. Educação e sociologia. Petrópolis: Vozes, 2011.

ESCOLA SEM PARTIDO. Brasil. Disponível em: http://www.escolasempartido.org/quem-somos. Acesso em: 27 mar. 2019a.

ESCOLA SEM PARTIDO. Brasil. Disponível em: http://escolasempartido.org/anteprojeto-lei-estadual/. Acesso em: 27 mar. 2019b.

FALLEIROS. I.; NEVES, L. M. W. Mudanças na natureza da educação básica. In: MARTINS, A. S.; NEVES, L. M. W. (orgs.). Educação básica: tragédia anunciada. São Paulo: Xamã, 2015. p. 103-158.

FRIGOTTO, G. A produtividade da escola improdutiva: um (re) exame das relações entre educação e estrutura econômico-social e capitalista. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1993.

FRIGOTTO, G. (org.). Escola “sem” partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2017.

KONDER, L. O que é dialética. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

KOSIK. K. Dialética do concreto. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

MARX, K. Prefácio à contribuição à crítica da economia política. In: CONTRIBUIÇÃO à crítica da economia política. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 45-52.

MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia Alemã: Feuerbach – a contraposição entre as cosmovisões Materialista e Idealista. São Paulo: Martin Claret, 2005.

MELO, A. A. A. et al. Mudanças na educação básica no capitalismo neoliberal de terceira via no Brasil. In: MARTINS, A. S.; NEVES, L. M. W. (org.). Educação básica: tragédia anunciada. São Paulo: Xamã, 2015. p. 23-44.

MIGUEL, L. F. Da “doutrinação marxista” à “ideologia de gênero” – Escola Sem Partido e as leis da mordaça no parlamento brasileiro. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, v. 7, n. 15, p. 590-621, 2016.

NEVES, L. M. W. O professor como intelectual estratégico na disseminação da nova pedagogia da hegemonia. In: REUNIÃO NACIONAL DA ANPED, 36., 2013, Goiânia. Anais [...]. Goiânia, GO: ANPEd, 2013. p. 6-15. Disponível em http://36reuniao.anped.org.br/pdfs_trabalhos_encomendados/gt05_trabencomendado_lucianeves.pdf. Acesso em: 2 set. 2017.

PENNA, F. de. A. A Escola sem Partido como chave de leitura do fenômeno educacional. In: FRIGOTTO, Gaudêncio. (org.). Escola “sem” partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2017. p. 35-48.

PONCE, A. Educação e luta de classes. 17. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

RODRIGUES, N. Da mistificação da escola à escola necessária. São Paulo: Cortez, 1987.

SANFELICE, J. L. Dialética e pesquisa em educação. In: LOMBARDI, J. C.; SAVIANI, D. (orgs.). Marxismo e educação: debates contemporâneos. Campinas: Autores Associados, 2005. p. 69-94.

SAVIANI, D. Educação e democracia. 3. ed. São Paulo: Cortez editora/Autores associados, 1984.

SCHLESENER, A. H. A escola de Leonardo: política e educação nos escritos de Gramsci. Brasília: Liber livro, 2009.

SNYDERS, G. Escola, classe e luta de classes. Rio de Janeiro: Moraes Editora, 1977.

Downloads

Publicado

23-12-2020

Como Citar

ROCHA JUNIOR, João Mendes da; DALAROSA, Adair Ângelo. Educação e política: uma análise dialética da educação em tempos de “neutralidade” política. Quaestio - Revista de Estudos em Educação, Sorocaba, SP, v. 22, n. 3, p. 873–891, 2020. DOI: 10.22483/2177-5796.2020v22n3p873-891. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/quaestio/article/view/3667. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Demanda