O “VELHO” E O “NOVO”

FERNANDO DE AZEVEDO E A DISPUTA ENTRE LIBERAIS E CATÓLICOS NO CAMPO EDUCACIONAL

Resumo

Neste artigo discutimos o conflito e a disputa entre liberais e católicos na década de 1930 até a publicação do texto final da Constituição de 1934. Num momento de consolidação do capitalismo industrial no Brasil, manifesta-se a demanda pela expansão da instrução pública, cujas diretrizes tornam-se o terreno principal da contenda protagonizada pelos grupos em questão. Centralizamos a discussão ao governo provisório de Getúlio Vargas, após a Revolução de 1930, uma vez que o debate entre liberais e católicos se torna mais acentuado durante a constituinte de 1933, com ambos os grupos agindo intensamente em prol da aprovação de suas ideias e interesses no que dizia respeito aos novos parâmetros educacionais que comporiam a nova Carta. Compreendendo a extensão do tema e do conceito de liberalismo, recortamos às reflexões de Fernando de Azevedo em A Cultura Brasileira, obra publicada pela primeira vez em 1943, ainda sob o regime do Estado Novo. Fernando de Azevedo insere-se nesse debate como uma das figuras centrais na defesa da democratização e laicidade da educação pública, sendo um dos autores brasileiros de grande expressão no campo educacional na primeira metade do século XX, e que teve importante papel ao estabelecer uma sociologia da educação no país.