Paulo Freire:
um educador dos trópicos
DOI:
https://doi.org/10.22483/2177-5796.2018v20n2p383-399Resumo
Este texto resulta de alguns anos de pesquisas acadêmicas, de estudos e de diálogos em eventos onde a obra de Paulo Freire foram orientadoras das reflexões. Com este artigo procuro estabelecer um diálogo/encontro do tipo antropofágico, entre algumas ideias de Paulo Freire e os pressupostos filosóficos e epistemológicos da Antropofagia Cultural Brasileira (ACB) pós-Semana de Arte Moderna de 1922. Meu principal objetivo é (1) refletir sobre uma educação que tenha como ponto de partida o desejo de atendimento das necessidades contemporâneas da sociedade brasileira e (2) pensar uma educação que contemple a diversidade das culturas que formam aquilo que Darcy Ribeiro denominou em seu livro clássico O povo brasileiro – a formação e o sentido do Brasil - de gentes brasilis. Ao trazer Paulo Freire para o contexto filosófico da ACB faço uma homenagem a sua trajetória de vida. Freire fez o que raros pensadores brasileiros jamais fizeram: criou sua própria filosofia educacional a partir de um diálogo devorativo. Aqui reside o caráter antropofágico e intercultural da obra freireana, ontem e hoje.
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